A lua toda branca insiste em mais uma noite, da mesma.forma.eu aqui embaixo, sua aura toda brilhosa la do céu quer dizer qualquer coisa não posso ouvir mas apenas em ver é motivo de sorrir. Passam as nuvens por ela, feito areias de deserto, poeira brincalhona da noite que muito terá de correr. Olhando pelas teias nebulosas, a lua parece se mexer, dentro de grandes casarões.embraquecidos, acalentados por sua presença e logo caindo na escuridão depois de sua passada. A lua na verdade não se mexe. Daqui da cadeira, eu não me mexo, as nuvens nos cumprimentam, fazem passos seguros de quem sabe pra onde vai, a cor de uma hora que passa.devagar mas para quem o tempo não importa passar. Quanto tempo a lua continua lá e nada diz? Apenas a olhamos sem saber do seus segredos, ela pode ate conhecer os nossos. As nuvens continuam passandoz, enquanto houver céu haverá lua, haverá terra e haverá gente olhando pra lua.
Sobre a postagem: Outro da recém-criada série Texto-Minuto. Este é de 07/01/2023. Desta vez, o foco foi escrever algo em 4 minutos, algo que passasse de algum modo pela lua daquela noite. O exercício propõe escrever primeiro, perguntar depois, e resolvi deixar mesmo as eventuais falhas de digitação que ocorrem ao teclar de modo mais alucinado, e ver o que tudo isso também comunica ao texto. As imagens vão surgindo enquanto os dedos escrevem, tudo ou quase tudo entra, é um fluxo de rio, apenas vai, apenas observar ir, e depois perceber a coisa inteira gerada. Depois dessas experimentações, tenho passado a olhar o minuto de um jeito como a entender melhor o tempo, é incrível o que é possível fazer em um, dois ou quatro minutos.